quinta-feira, 28 de maio de 2009

Por onde andará esse tal de Rock and Roll?

Às vezes acho que sou um pouco "ultrapassado", um saudosista de algo que não vivi - afinal de contas, sou de 1978. Tudo isso por que uma das coisas que aprecio, o Rock - de verdade, com érre maiúsculo - se mostra diametralmente oposto ao dito rock que se tem ouvido e tocado por aí. Não quero estabelecer, embora seja um tanto difícil, juízos de valor, afinal de contas, gosto não se discute. Mas não resisto: que coisinha ordinária esse tal de rock do século XXI viu?!
Qual o motivo de minha empáfia para com o estágio atual do gênero muscal inventado lá pelos anos 50, nos EUA, por Chuck Berry e companhia bela? Simples: falta um significado ao rock do nosso tempo.
Um grande exemplo disso é o paradigma atual do gênero musical outrora mais "mal visto" de toda a história da música popular de massas: os tais "new metal", "rock emo" e seus sub-gêneros.
A banda, o som do momento? Um tal de "Jonas Brothers": a personificação em forma de tríade (não, não é um "Power Trio"!!!) da pasteurização do rock - e não só dele, mas da música popular como um todo.
Esta banda, mais famosa pelas capas de revistas e produtos que vende com sua marca do que pela música que executam é a prova cabal da insignificância da música jovem para os próprios jovens - é tão perene como o ato de "ficar" com uma menina numa "balada" - termo este horrível, mas atualmente consagrado . E como a geração atual esta afetada por uma concepção de tempo "amnésica", se acha entendedora daquilo que se conhece como ROCK and ROLL, desconhecendo todo o seu legado - mesmo para o terrível momento pelo qual o mesmo atravessa -, achando que The Beatles ou Os Mutantes são coisas velhas, arcaicas... coisas de "tiozinhos caretas".
Como bem disse Régis Tadeu em sua coluna no Yahoo, o rock atual e seus representantes, (portadores do "bom mocismo" - na verdade, jogo de cena -, de uma indulgência musical sem tamanho, de pobreza melódico/poética e "inspirados" em um romantismo piegas pra dedéu) são um exemplo do "grande nada". Eu vou mais adiante: são, de fato, um exemplo e tanto de como fazer da música um artefato qualquer, descartável, vazio, inócuo... porém altamente rentável.
E pensar que, um dia, Frank Sinatra, lá pelos anos 50, afirmou, com asco, que o rock era "coisa de marginal". Que um dia, nos anos 60, os Fab Fours embalaram - e balançaram - corações e mentes em torno de ideais transformadores, e mesmo revolucionários. Que num dia cinzento da década de 70, os Pistols queriam "anarquizar" a Terra da Rainha. Que um dia, Renato Russo, lá pelos "inflacionados" anos 80, disse que somos todos um bando de "burgueses sem religião, filhos de uma (contra) revolução".
Mas... segue o enterro...

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