terça-feira, 30 de dezembro de 2008

O Homem Unidimensional e a Contemporaneidade

Superficialidade, culto à aparência e à eterna juventude. Estas, por sua vez, relacionadas ao consumismo exacerbado e a um hedonismo barato e imediatista como última instância e causa primeira da existência. Estes são alguns dos princípios e concepções que norteiam o mundo pós-moderno, com cara de século XXI e que, aos poucos, vê o século XX, ou seja, o "ontem", como sendo o "antigamente".
O que parece ser o perfil do cidadão do século XXI (sobretudo dos mais jovens), na verdade já havia sido debatido por um dos grandes teóricos do século XX.
Herbert Marcuse, um dos mais importantes filósofos da chamada Escola de Frankfurt denunciou, nos anos 60, aquilo que ele classificava como o "homem unidimensional", fruto de uma sociedade que havia sido forjada pela reprodução das inovações técnicas (o avanço tecnológico) que, por sua vez, inverteriam o jogo da dominação: um indivíduo dependente das máquinas, coisificado, que consegue ver apenas a aparência das coisas, nunca indo até a sua essência. O homem unidimensional é conformista, consumista e acrítico.
Para Marcuse, somente a liberação de uma outra dimensão humana colocaria em ruínas os velhos valores desta sociedade tecnicista onde o homem é considerado tudo, menos como homem.
O "homem unidimensional", como se pode perceber, anda um tanto quanto na moda ultimamente...

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